jueves, 7 de diciembre de 2017

FORÇAS DE SEGURANÇA IMPEDEM COLETIVO DE REALIZAR MARCHA E AGRIDEM JORNALISTAS

A Polícia de Intervenção Rápida (PIR) impediu hoje, 07 de Dezembro 2017, a realização da marcha agendada esta manhã, pelo Coletivo de Partidos Políticos Democráticos “Contra a ditadura”, com o intuito de exigir o Chefe de Estado, José Mário Vaz, o cumprimento de acordo de Conakry assinado em Outubro de 2016.
Os elementos das forças de segurança agrediram brutalmente os jornalistas que estavam a fazer a cobertura do acto, impedindo os mesmos a registarem as imagens de repressão policial contra os manifestantes que se encontravam no local de concentração [Chapa de Bissau].
O repórter do Jornal O Democrata e mais alguns jornalistas de outros órgãos privados foram alvo de agressões brutais da polícia que lhes retirou câmeras, ordenando que apagassem todas as imagens já fotografadas. Um funcionário do Gabinete Integrados das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) que estava no local para a monitorização da situação, também foi agredido pelas forças de segurança que lhe retiraram o telefone.
Registou-se igualmente cena de empurrões da parte de polícia contra o líder do Partido Jovem, Serifo Baldé e Agnelo Regala da União para Mudança, obrigando-lhes a abandonar o recinto de Chapa de Bissau, com alegações de que tinham a orientação dos seus superiores para impedir a realização da marcha.
Devido à repressão policial, os responsáveis do Coletivo suspenderam a marcha de hoje e amanhã, sexta-feira, 08 de Dezembro de 2017, alegando que precisavam de concertar posições para definir novas estratégias com vista à realização da segunda vaga de marchas nos dias 14 e 15 do mês em curso.
A missão interministerial da CEDEAO que esteve no país nos dias 1 e 2 do mês em curso, no seu comunicado final, pediu as autoridades nacionais que permitissem a realização da marcha pacificamente.
COLETIVO ADIA A MARCHA DE SEXTA-FEIRA E PROMETE REALIZAR MANIFESTAÇÃO NA PRÓXIMA SEMANA
Em declaração à imprensa, o porta-voz e vice-coordenador do Coletivo, Nuno Gomes Nabiam, acusa o Presidente da República, Primeiro-ministro e ministro de Interior de quererem transformar o regime democrático guineense em regime ditatorial, mas o povo guineense nunca admitirá esse regime e muito menos aceitar a sua implementação “na pátria que custou sangue e suor dos combatentes”.

Nuno Nabiam assegurou queo facto de terem sido impedidos de realizar a marcha por agentes da ordem pública, não significa que o Coletivo se desistirá da sua luta de fazer valer a democracia na Guiné-Bissau, mas sim servirá de incentivo para repensar uma nova estratégia para os próximos dias 14 e 15 do mês em curso, datas agendadas para a realização da segunda vaga de manifestações para voltar a exigir do Presidente da República que cumpra o Acordo de Conacri.
“Em nenhuma parte do mundo um Presidente da República faz guerra contra o seu povo, mas como temos um Chefe de Estado ingrato que roubou o poder do partido que lhe fez chegar aquele posto e não pensa pelo bem do povo que lhe deu mandato. Não podemos esperar nada dele. Portanto vamos continuar com as manifestações até que José Mário Vaz derrube atual governo ilegal e inconstitucional e nomear Augusto Olivas, como diz o documento assinado em Conakry”, advertiu.
O líder de Assembleia de Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau revelou, neste particular, que na marcha passada do dia 16 de Novembro, os agentes policiais teriam sido instruídos pelos atuais responsáveis no poder, com o objetivo de assassinar dirigentes do Coletivo dos Partidos Democráticos, mas o comandante dos agentes da ordem pública na altura teria abdicado dessa missão.
Nesse sentido, Gomes Nabiam, apelou aos militantes e simpatizantes dos partidos congregados no Coletivo para voltarem de maneira tranquila as suas residências, esperando a nova estratégia da próxima manifestação dos dias 14 e 15 de Dezembro que será anunciada nos órgãos da comunicação social.
Para o presidente do Partido da Unidade Nacional, Idrissa Djaló, o povo guineense testemunhou a mudança profunda do regime que iniciou de uma forma democrática em 2014, e hoje transformou-se num regime golpista perpetrado por José Mário Vaz. Adianta que o Chefe de Estado decidiu dirigir a Guiné-Bissau de uma forma ilegal, fazendo uso permanente na violência, impedindo assim o povo a manifestar o seu direito que a constituição lhe concede.
“Nunca foi visto na história da Guiné-Bissau, desde que a democracia começou, vimos tantas armas nas ruas viradas contra próprio povo guineense. O “reino de terror” que está a ser implementado contra a Constituição da República e a comunidade internacional pode testemunhar que hoje se tornou evidente que estamos perante uma ditadura e o golpe de Estado assumido por José Mário Vaz”, lamentou Idrissa Djaló.


Por: Aguinaldo Ampa/ Assana Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche

No hay comentarios:

Publicar un comentario

Os comentarios sao da inteira responsabilidade dos seus autores