A
Procuradoria-Geral da República da Guiné-Bissau anunciou hoje em
comunicado ter negado o pedido de instauração de um processo-crime
contra o Presidente da República, José Mário Vaz, feito pela Assembleia
Nacional Popular (ANP).
O parlamento "não observou as formalidades constitucionais e legais" para o Ministério Público abrir "o competente processo-crime contra o Presidente da República", refere-se no comunicado.
A Procuradoria explica que
o pedido precisaria da aprovação por dois terços dos deputados do
parlamento, ou seja, não basta um ofício assinado pelo presidente da
ANP, tal como aconteceu.
Na base da queixa apresentada pelo presidente da ANP, Cipriano Cassamá,
estão declarações feitas pelo chefe de Estado numa cerimónia pública em
que celebrou o seu aniversário, a 10 de dezembro, em Bissau.
Num discurso em crioulo, José Mário Vaz referiu que ninguém será
assassinado ou espancado por ordens do Presidente durante o seu mandato.
Na altura, a intervenção motivou um pedido de explicações da Liga
Guineense dos Direitos Humanos, uma vez que a Constituição guineense "em
nenhum momento deu esses poderes ao chefe do Estado", mas não houve
mais esclarecimentos por parte da Presidência.
No comunicado de hoje, a Procuradoria-Geral da República acrescenta que
está a conduzir inquéritos em que o ex-primeiro-ministro Domingos Simões
Pereira (presidente do PAIGC) figura como testemunha.
Nesse âmbito, a Procuradoria solicita a colaboração da ANP para que permita que o agora deputado seja ouvido.
No hay comentarios:
Publicar un comentario
Os comentarios sao da inteira responsabilidade dos seus autores