O governo guineense pode vir a isentar turistas
portugueses de pagamento de visto de entrada ao pais, admitiu
recentemente o ministro do Turismo, Fernando Vaz.
"Acabar com a necessidade
de vistos é uma medida que o Governo da Guiné-Bissau prepara a curto
prazo para incentivar a vinda de turistas de Portugal.",
disse o ministro num encontro com operadores turísticos portugueses que
na semana passada efectuaram uma visita à Guiné-Bissau,promovida pela
transportadora Euroatlantic, onde participaram as Agências Abreu,
Solférias, Soltrópico, Sonhando, Clube Viajar, You e Across, que
representam 80% do mercado português, com vista à montagem de programas
de férias já em 2017.
“Os portugueses são aqui muito bem recebidos e vão sentir-se em casa”,
garantiu Fernando Vaz, frisando que “Portugal está quase em África, a
menos de quatro horas de voo da Guiné, e queremos que seja nosso
interlocutor para outros países europeus, tal como foi para Cabo
Verde”.
A aposta está sobretudo no arquipélago de Bijagós, um santuário natural
com 88 ilhas repleto de vida selvagem — onde é possível avistar os
únicos hipopótamos de água salgada —, mas ainda desconhecido para os
hoteleiros portugueses.
“Acredito que seja no futuro um grande destino turístico, dado que o
mundo procura hoje este tipo de sítios”, salienta Fernando Vaz,
referindo que a mira também está no “turismo de saudade”, a pensar nos
“milhares de portugueses que passaram na Guiné-Bissau durante a guerra e
gostariam de revisitar os locais onde estiveram”.
Garante que o país está “de braços abertos” ao investimento português,
oferecendo “condições únicas no mundo”, como isenção de impostos por
cinco anos e bancos recetivos a apoiar investimentos, mas onde há ainda
muito por fazer.
“A imagem que se tem da Guiné-Bissau lá fora é um pouco assustadora para
quem não conhece e não corresponde à realidade. É um país onde
aconteceram sucessivos golpes de Estado e projetou-se uma imagem
negativa. Mas aqui as pessoas podem andar 24 horas em segurança”,
salienta o governante.
O arquipélago de Bijagós tem vindo a ser descoberto sobretudo por
investidores franceses, como Solange Morin, dona do hotel de referência
na ilha de Rubane, o Ponta Anchaca, que assegura o transporte de
turistas em avião privado.
Também o guineense Adelino Dakosta, lutador medalhado nos Estados Unidos
e detentor da rede de ginásios Punch em Nova Iorque, decidiu avançar
com investimentos hoteleiros na ilha de Bubaque, com o objetivo de
ajudar a sua terra.
“Estamos num espaço que é protegido pela UNESCO, o arquipélago de
Bijagós continua a ser de pura natureza, o que está a faltar no mundo
existe aqui”, afirma Adelino Dakosta no seu hotel junto à praia,
finalizado no ano passado, que também inclui uma zona de acampamento com
arte africana ao ar livre. Os clientes atuais são sobretudo pessoas
ligadas a ONG (Organizações Não-Governamentais), mas a meta é trazer
gente até dos Estados Unidos. “Trazer as pessoas aqui é dar-lhes ouro.
Se formos a ver bem, o atraso da Guiné pode ser hoje a sua principal
vantagem. Graças a Deus, o mundo está hoje sensível a proteger espaços
assim.”
A proposta do ministro do Turismo em avançar com a isenção de vistos de
curta duração para incentivar a vinda de turistas é bem acolhida por
José Mário Vaz, Presidente da Guiné-Bissau.
“Vamos trabalhar nisso e estamos abertos a ver as facilidades que
podemos colocar ao turismo de Portugal, pois a economia da Guiné-Bissau
tem muito a ganhar”, salientou José Mário Vaz ao receber os operadores
turísticos portugueses.
“Sei que Cabo Verde atingiu o nível que atingiu graças a esses
operadores, por isso é tão importante a sua presença na Guiné-Bissau.”,
frisando que “o facto de termos condições excelentes e um paraíso como
os Bijagós não é condição sine qua non para o sucesso do turismo na
Guiné-Bissau”, o Presidente da República enfatizou que a “formação
profissional é de uma importância enorme para os guineenses, e por isso
eu peço: ajudem a criar valor e também a formar a nossa gente”.
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