Bissau, 05 Dez 16 (ANG) - A
Justiça francesa aceitou sábado a condenação a 25 anos de prisão do antigo
comandante militar hutu Pascal Simbikangwa, confirmando a sentença da primeira
instância, de 2014, por cumplicidade no genocídio cometido no Ruanda em 1994.
Ao fim de seis semanas, Pascal
Simbikangwa voltou a ser considerado culpado de genocídio e de praticar crimes
contra a humanidade por uns factos ocorridos no Ruanda há 22 anos.
O antigo responsável militar hutu, de 56 anos, foi considerado pelo tribunal de Seine-Saint-Denis, de segunda instância, cúmplice de um massacre que causou, pelo menos, 800 mil vítimas mortais da minoria tutsi no Ruanda, em poucas semanas.
O condenado, que insiste na sua inocência, afirma que está a ser acusado por motivos políticos.
A sentença contra Simbikangwa de 2014 marcou um ponto de mudança em França, por ter sido a primeira sobre o genocídio e em que foram ouvidas cerca de 20 testemunhas, algumas vindas directamente do Ruanda e outras por videoconferência, entre as quais assassinos arrependidos.
O antigo militar ruandês, capturado em Outubro de 2008 por um caso de tráfico de documentação falsificada na ilha francesa de Mayotte, foi julgado em Paris e não no Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (TPIR), com sede em Arusha, Tanzânia.
Em França estão a decorrer pelo menos vinte processos semelhantes em virtude do
princípio de justiça universal que permite aos magistrados julgar estrangeiros
em território francês, em concreto desde 1996 para o genocídio ruandês.
A justiça francesa também condenou a prisão perpétua dois antigos políticos ruandeses, Octavien Ngenzi e Tito Barahirwa, pela sua participação no genocídio de tutsis em Kabarondo, no leste do Ruanda, em Abril de 1994.
ANG/JA
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