OMS incentiva reforço de difusão dos auto-testes de HIV
Bissau,
01 Dez 16 (ANG) – A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou terça-feira
novas directrizes sobre o auto-teste de HIV para melhorar o acesso e a
aceitação do diagnóstico da doença.
A falta
do diagnóstico, segundo um documento publicado no site da organização, no
âmbito da comemoração do Dia Mundial de Luta Contra Sida, que se assinala hoje,
é um dos principais obstáculos para implementar a recomendação da OMS segundo
as quais a terapia anti-retroviral deve ser oferecida para todas as pessoas que
vivem com HIV.
O
documento indica que mais de 18 milhões de pessoas com HIV estão recebendo
terapia anti-retroviral actualmente e que um número semelhante está
impossibilitado de ter acesso ao tratamento e a maioria sem conhecimento de seu
estado seropositivo.
Actualmente,
revela a OMS, 40 por cento de todas as pessoas vivendo com HIV (cerca de 14
milhões) permanecem sem saber que estão infectadas e muitas têm um maior risco
de infecção e dificuldade no acesso aos serviços de teste existentes.
“Milhões
de pessoas com HIV perdem o tratamento que pode salvar vidas e prevenir a
transmissão a outros indivíduos”, disse a directora-geral da OMS, Margaret
Chan, para quem “o auto-teste para HIV deve abrir a porta para que mais pessoas
saibam de seu estado seropositivo e descubram como obter tratamento e acesso
aos serviços de prevenção”.
Com o
auto-teste para HIV, pode-se usar fluidos orais ou gotas de sangue para
detectar o vírus num ambiente privado e conveniente, e os resultados estarão
prontos em 20 minutos.
Segundo
a agência da ONU, esse tipo de teste visa alcançar pessoas não diagnosticadas,
sendo particularmente importante para aquelas que enfrentam barreiras de acesso
aos serviços existentes.
Entre
2005 e 2015, a proporção de pessoas que vivem com HIV e que tomaram
conhecimento através do diagnóstico cresceu de 12 por cento para 60 por cento
globalmente. Esse aumento resultou em mais de 80 por cento de pessoas
diagnosticadas recebendo a terapia anti-retroviral.
No
entanto, a cobertura de teste para o HIV permanece baixa entre diversos grupos
populacionais, sendo que a cobertura global, prevenção e tratamento são menores
entre os homens do que entre as mulheres.
Entretanto,
meninas adolescentes e mulheres jovens na África Oriental e Austral têm índices
de infecção até oito vezes maiores que os homens.
Apenas
uma em cada cinco mulheres (15 a 19 anos de idade) está ciente do seu estado
seropositivo.
O
sistema de teste permanece, ainda, baixa entre populações-chave e seus
parceiros, particularmente homens que fazem sexo com homens, profissionais do
sexo, pessoas transgénicos, usuários de drogas injectáveis e pessoas privadas
de liberdade.
Cerca de
70 por cento dos parceiros de pessoas com HIV são seropositivos, e muitos não
fazem teste. As novas directrizes da OMS recomendam formas de ajudar pessoas
seropositivas a notificar os seus parceiros sobre o seu status e incentivá-los
a fazer o teste.
“Ao
oferecer auto-testes de HIV, podemos empoderar as pessoas a descobrir os seus
próprios status de HIV e também a notificar seus parceiros e incentivá-los a
fazer o teste”, afirmou o director do Departamento de HIV da OMS, Gottfried
Hirnschall.
Para
Gottfried Hirnschall, isso deve levar mais pessoas a saber de seus status e ser
capaz de agir.
A OMS
apoia a distribuição gratuita de kits de auto-teste e permite que a compra dos
kits seja a um preço acessível.
Neste
momento, três países da África Austral estão a ser apoiados com a implementação
em larga escala do auto-teste por meio do projecto STAR, financiado pela UNITAID.
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