O presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Cipriano
Cassamá, afirmou hoje que a atual situação política do país põe em
causa o desenvolvimento económico e social.
"A manutenção da atual situação política-governativa tem imensos custos
económicos e sociais, quer para a presente geração, quer para as
gerações vindouras", disse o presidente do parlamento guineense.
Cipriano Cassamá falava na sessão de abertura da conferência "Seguimento
e Fiscalização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e Ajuda
Externa - Papel do Parlamento", organizada no âmbito do Projeto
Pro-Palop-Timor-Leste para o reforço das competências técnicas e
funcionais das instituições superiores de controlo, financiado pela
União Europeia.
"Quando se persiste em sustentar presidencialmente um governo eivado de
ilegalidade e de ilegitimidade não se augura desenvolvimento económico e
social, nem direitos, liberdades e garantias fundamentais", salientou
Cipriano Cassamá.
Para o presidente do parlamento, a "relutância" do Presidente da
República (José Mário Vaz) em "cumprir os acordos de Bissau e de Conacri
(...) com o único propósito de continuar a beneficiar-se
economicamente, bem como a um grupo de políticos, revela quão desnatural
é a perceção do compromisso político de muitos políticos e governantes
com os cidadãos guineenses em geral, de um lado, e o propósito de
perpetuar a crise política e instabilidade política-governativa no
país".
"A estabilidade política é fundamental para qualquer agenda de
desenvolvimento, mas enquanto os políticos continuam em jogos falsos de
poder os pobres continuam pobres, muitas das nossas crianças, em
especial meninas, não têm acesso à educação formal", salientou.
Segundo Cipriano Cassamá, nas atuais circunstâncias "dificilmente são
concretizadas as ações tendentes à criação de condições objetivas para o
desenvolvimento económico e social na Guiné-Bissau".
A Guiné-Bissau tem vivido uma situação de crise institucional desde as
últimas eleições, com um afastamento entre o partido vencedor das
legislativas e o Presidente da República, também eleito.
No hay comentarios:
Publicar un comentario
Os comentarios sao da inteira responsabilidade dos seus autores