Ruth Monteiro
Um grupo de advogados da Guiné-Bissau denunciou hoje alegados atos de
agressões físicas e verbais que têm sido alvo por parte de agentes da
Polícia Judiciaria, em Bissau, os quais exigem que cessem.
Em conferência de imprensa, os advogados Fernando Gomes, Ruth Monteiro e José Paulo Semedo,
todos do mesmo escritório, denunciaram situações de alegadas agressões
de agentes da PJ quando estavam a defender cidadãos em processos.
Em nome do grupo, Fernando Gomes, antigo ministro do Interior da
Guiné-Bissau, afirmou estarem em curso no país "atitudes de
autoritarismo e de total desrespeito às leis" por parte dos agentes da
PJ.
Para Fernando Gomes, "é inconcebível tolerar ou aceitar" agressões de advogados no exercício das suas funções num Estado de direito democrático.
O responsável prometeu que a seu escritório irá tomar "todas as
diligências necessárias" no plano nacional e internacional para
responsabilizar os agressores e, se for o caso, o próprio Estado da
Guiné-Bissau.
Fernando Gomes disse não ser normal que no espaço de cinco meses
três advogados do seu escritório tenham sido vítimas de agressões
verbais e físicas nas instalações da PJ quando estavam a defender
cidadãos em processos.
Os advogados José Paulo Semedo e Ruth Monteiro explicaram
situações de agressões que teriam ocorrido com os próprios. Os dois
apresentaram queixas-crimes contra os agressores mas, destacaram, ainda
não obtiveram respostas.
Ruth Monteiro anunciou
que vai avançar com uma queixa nas instâncias internacionais contra o
Estado guineense, que acusa de nada fazer para "chamar à razão" os
agentes da PJ, nomeadamente o diretor, Bacari Biai, e o seu adjunto,
Juscelino Pereira.
Contactada pela Lusa, a PJ da Guiné-Bissau remeteu esclarecimentos para mais tarde.
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