O primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje à
agência Lusa que espera chegar a um acordo com a União Europeia sobre as
pescas no próximo mês de setembro.
"Estamos a negociar e penso
que no próximo mês vamos concluir os acordos onde nós não vamos
pretender lesar a União Europeia, nem a União Europeia lesar a
Guiné-Bissau, que nunca foi o caso", afirmou.
O primeiro-ministro guineense explicou também que a União Europeia é um "grande parceiro" do país, mas que o acordo de pescas não era negociado há uns anos.
"Cada Governo que vem tem a sua visão e a sua forma de negociar e de estar", disse.
A União Europeia e a Guiné-Bissau não conseguiram chegar a acordo sobre o novo acordo de pesca na quarta ronda de negociações.
A 30 de junho, fonte europeia informou que a quarta ronda de negociações
do acordo de pescas entre a União Europeia e a Guiné-Bissau foi marcada
por "divergências", nomeadamente a nível da contrapartida financeira
europeia.
No entanto, segundo a mesma fonte, as duas partes mostraram vontade de
regressar em breve às negociações, de modo a ultrapassar questões
financeiras e técnicas que permitam a entrada em vigor do acordo, em
novembro.
A contrapartida financeira que a União Europeia (UE) paga para os seus
navios, nomeadamente portugueses, poderem pescar nas águas guineenses é
"a principal divergência", salientou a fonte europeia.
Bruxelas contribui com 9,5 milhões de euros anuais (os acordos são
renegociados a cada quatro anos) e Bissau quer ver essa verba aumentada.
A Comissão Europeia quer que a contribuição financeira "seja baseada
numa avaliação séria e mais realista dos preços e modalidades".
Por outro lado, segundo a mesma fonte, falta o acordo para aplicar um
sistema de quotas de pesca, tendo Bruxelas declarado a sua
disponibilidade para ajudar a Guiné-Bissau a nível técnico, no sistema
eletrónico de controlo das capturas.
No entanto, a UE considera que o Sistema de quotas proposto pela Guiné
"colocaria um peso desproporcional sobre a frota da UE, o que tornaria
suas atividades economicamente inviáveis".
Já Bissau, através do seu ministro das Pescas, Orlando Viegas, afirmou
que o Governo guineense considera "pouco o que a União Europeia paga
para ter acesso aos recursos" do país.
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