O veterano da luta armada pela independência da Guiné-Bissau
"Manecas" dos Santos considerou hoje o Presidente angolano tem sido um
"grande estadista" e soube manter "muitos equilíbrios" em Angola.
"Eu penso que o Pres
idente José Eduardo dos Santos tem sido um grande Estadista. Ele
conseguiu manter muitos equilíbrios em Angola que eventualmente não se
manteriam sem a sua presença", afirmou em declarações à agência Lusa.
O comandante "Manecas" dos Santos conheceu José Eduardo dos Santos em
Angola, quando participou na cerimónia de proclamação da independência, a
11 de novembro de 1975, pelo então Presidente Agostinho Neto.
"Manecas" dos Santos fez também parte do primeiro grupo de soldados do
Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que
foi ajudar o MPLA em 1975 na defesa antiaérea da cidade de Luanda.
Para o comandante guineense, Angola é um hoje um "país estável, que está
a caminhar para a democracia", salientando que a democracia é um
edifício que se constrói e nunca está acabado.
"Portanto, eu penso que o Presidente José Eduardo dos Santos sair da
Presidência aos 75 anos não tem outro significado que não seja: a vida
humana tem limites", afirmou "Manecas" dos Santos.
O antigo ministro guineense e atual membro do 'bureau' político do PAIGC
considerou também que José Eduardo dos Santos faz "muito bem em
promover uma transição pacífica, sem muitas ondas" ao realizar eleições
para eleger um novo Governo para Angola, que o comandante "Manecas" dos
Santos espera que seja do MPLA.
"Está a acontecer uma coisa normal. Não penso que seja uma coisa
extraordinária o facto de o Presidente Eduardo dos Santos estar a sair
do poder", disse.
No próximo dia 23, Angola realizada eleições gerais que vão ficar
marcadas pela ausência do Presidente José Eduardo dos Santos como líder
da lista do MPLA, partido que está no poder desde a independência do
país.
Questionado pelo Lusa sobre um balanço da Presidência de José Eduardo
dos Santos, "Manecas" dos Santos afirmou que "como todo o homem tem os
seus pontos fortes e tem os seus pontos fracos".
"Também fez coisas muito acertadas, mas também cometeu erros, mas
fazendo um balanço daquilo que foi a Presidência de José Eduardo de
Santos em Angola, acho que é extremamente positivo", sublinhou.
Destacando que, depois do final da guerra civil, José Eduardo dos Santos
nunca usou muito a violência como arma de direção política, "Manecas"
dos Santo disse que tem havido um "esforço sério de desenvolvimento e de
crescimento em Angola".
"Manecas" dos Santos foi nomeado embaixador da Guiné-Bissau em Angola e
embora teoricamente ainda o seja não voltou a ocupar o posto, depois do
golpe de 12 de abril de 2012, por não estarem reunidas as condições.
Sobre as relações entre os dois países, o comandante guineense disse que "estão boas".
"Em qualquer caso estão boas entre o PAIGC e o MPLA. São relações
históricas, que penso que vão continuar, não há nenhuma razão para que
se percam e essas relações vão se manter e melhorar se for possível",
disse.
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