jueves, 17 de agosto de 2017

Região de Quínara: HOSPITAL DE BUBA ‘ARAFAN MANÉ’ TEM UM MÉDICO E FUNCIONA SEM ENERGIA ELÉCTRICA

O centro de saúde de Buba ‘Arafan Mané’ dispõe de 12 técnicos de saúde, dos quais um médico que trabalha como estagiário, dois técnicos de laboratório, dois técnicos de farmácia e sete enfermeiros. Um dos enfermeiros tem um curso superior. Uma das maiores preocupações da direção do hospital prende-se com a falta da energia eléctrica, que muitas vezes dificulta os trabalhos, sobretudo no período da noite.
A revelação foi feita pelo director do hospital, Quintino Nancanha, durante uma entrevista exclusiva ao repórter do jornal O Democrata. O hospital ‘Arafan Mané’ é o maior centro hospitalar da região de Quinara, uma região que conta com uma população estimada em 63.610 habitantes, de acordo com o senso do Instituto Nacional de Estatistica de 2009. A região dispõe, no entanto, de 14 estruturas sanitárias (centros), das quais 10 funcionam de momento.
Centro conta com um serviço que concede medicamentos anti-retrovirais às pessoas infectadas por VIH/Sida, serviço de oftalmologia que de momento não está a funcionar por causa de falta de equipamento, maternidade, serviço de tratamento de tuberculose, laboratório, farmácia e bloco operatório para a intervenções cirúrgicas às grávidas, recentemente construído pelo Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP).
A maioria dos doentes em estado crítico são evacuados dos centros de saúde dos diferentes sectores para o hospital de Buba. Porém o centro tem muitas limitações em termos de atendimento, o que o leva a transferir alguns pacientes para o hospital regional ‘Musna Sambú’ de Catió ou para Bissau, isso, quando se trata de doentes que se encontram numa situação grave e que necessitam de um atendimento especializado.
Em entrevista a O Democrata, Quintino Nancanha explicou que a médica colocada no hospital desempenha, neste momento, a função de delegada regional de saúde. Função que lhe rouba tempo que poderia ser utilizado como técnica de saúde no hospital.
O director de hospital aproveitou a ocasião para apelar às autoridades sanitárias no sentido prosseguir com o processo da efectivação do médico estagiário na função pública, como também formalizar a sua colocação no hospital de Buba.
“Temos o nome de centro, mas funcionamos como um hospital porque em termos estatísticos. a quantidade de utentes que recebemos ultrapassa a capacidade de outros hospitais regionais do país. Neste momento, temos apenas 12 técnicos afectos ao centro: um médico, dois técnicos de laboratório, dois técnicos de farmácia e sete enfermeiros. E recebemos pacientes de diferentes regiões nomeadamente Quinará, Bolama e inclusive alguns habitantes da região de Bafatá”, contou.
Quintino Nancanha informou neste particular que as doenças mais registadas naquele centro são casos de paludismo. Acrescentou ainda que o centro tem uma capacidade de internamento de 24 camas que de momento estão todas ocupadas com uma maioria de pacientes diagnosticados com casos de paludismo.
Apelou às autoridades no sentido de aumentar o número de técnicos, sobretudo médicos e não só. Também pediu a ampliação do centro de forma a elevar a sua capacidade de internamento.
HOSPITAL REGIONAL ‘MUSNA SAMBÚ’ DEPARA-SE COM PROBLEMAS DE INSUFICIÊNCIA DE PESSOAL
O hospital Regional de Tombali ‘Musna Sambú’, que se encontra na cidade de Catió, depara-se com enormes problemas de insuficiência de técnicos para ocupar alguns serviços oferecidos por aquele centro hospitalar. Sobretudo o serviço de maternidade que não dispõe de nenhuma parteira bem como outros serviços que não têm pessoal suficiente.
A região de Tombali conta com uma população estimada em 118.728 habitantes. Dispõe de oito áreas sanitárias. O hospital conta com 21 técnicos de saúde, dentre os quais, dois médicos, 15 enfermeiros, um (01) técnico de laboratório, um (01) técnico de farmácia, duas administrativas e não tem nenhuma parteira.
O hospital dispõe ainda de um bloco operatório para diferentes intervenções cirúrgicas, um serviço de tratamento de tuberculose e distribui medicamentos anti-retrovirais às pessoas infectados por VIH/Sida, bem como de outros serviços. Também beneficiou de uma ‘Casa de Mãe’ construida pelo Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) para acolher as grávidas provenientes dos diferentes sectores.
Sanca explicou que alguns serviços do hospital são assegurados por estagiários formados na Escola Nacional de Saúde do polo sul, entre 2014 e 2015. De acordo com ele, estes trabalham voluntariamente.
Vanésio Maniche Sanca disse que os funcionários afectos àquele estabelecimento hospitalar são obrigados a redobrar esforços todos os dias para atender às populações, sobretudo os doentes trazidos de outros centros de saúde e aldeias que muitas vezes se encontram em situação bastante critica.
“Neste momento contamos com o apoio de estagiários formados na escola nacional de saúde do polo sul entre 2014 e 2015. Estão a dar grande contribuição de livre vontade, sem nenhuma contrapartida”, notou. Entretanto, acrescentou que a direção do hospital esforça-se de acordo com as suas disponibilidades para apoiar os técnicos estagiários.
“Apoiamos-lhes através de uma isenção nas taxas de consulta dos seus familiares bem como em medicamentos. Mas também no final do mês damos-lhes algum incentivo, de acordo com as receitas arrecadadas”, asseverou.


Por: Aguinaldo Ampa
Foto: AA  
julho 2017

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