Londres
- A agência britânica Bell Pottinger foi excluída segunda-feira da
Associação profissional nacional do sector das relações públicas (PRCA,
na sigla em inglês) por ter organizado, segundo colaboradores do poder
sul-africano, uma campanha susceptível de "atiçar as tensões raciais" neste país.
A
agência foi acusada pela empresa Oakbay, dirigida pela família Gupta
ligada ao presidente sul-africano Jacob Zuma, de preparar uma campanha
para promover um recital do "apartheid económico" no país e a
necessidade de uma "emancipação económica" da população negra.
Alguns
elementos da campanha "tinham como alvo empresas ou indivíduos ricos,
sendo divisores (...) ou ofensivos, em violação das regras éticas ",
segundo um relatório independente liderado pela PRCA, que salienta o uso
de certos slogans como "o monopólio branco do capital".
A
direcção da Bell Pottinger reconheceu que o conteúdo da sua campanha
era "inadequado". O seu director geral, James Henderson, demitiu-se no
domingo.
"A
natureza dos documentos apresentados pela Bell Pottinger era
susceptível de provocar tensões raciais e é realmente o que se passou",
disse a PRCA no comunicado que anunciou a exclusão da agência.
Na
origem desta acção da PRCA, o principal partido da oposição
sul-africana, a Aliança Democrática (DA), congratulou-se com a decisão.
"Serão
necessários anos para o nosso país reconstruir as frágeis relações
raciais, que a Bell Pottinger e os Gupta tentaram explorar para o seu
próprio benefício financeiro", reagiu a DA num comunicado.
O
ANC dirige a África do Sul desde a queda oficial do apartheid em 1994.
Após a publicação deste relatório, a Bell Pottinger anunciou a criação
de um novo comité de ética e novas regras de governação.
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