Inum Embaló, antigo vice-presidente da Federação do Futebol (FFGB) da Guiné-Bissau,
instou esta terça-feira (05 de Setembro de 2017) o governo para retirar
a utilidade pública a instituição que rege o futebol nacional e apurar
questões ligadas a corrupção e falsificação de documentos cometidas
pelos atuais responsáveis federativos.
O dirigente acusa o Líder da Federação de Futebol, Manuel Irênio
Nascimento Lopes e a Secretária-geral do organismo, Virgínia da Cruz de
terem, alegadamente, gasto, sem justificações mais de mil milhões de
francos CFA.
Embaló, alerta o Estado guineense para evitar futuras consequências no
órgão, e solicita o executivo a criar uma comissão de gestão para os
assuntos correntes do organismo, até novas eleições nesta instituição
federativa.
“A partir de agora a responsabilidade está nas mãos do governo para
suspender provisoriamente atual liderança da nossa federação de futebol,
enquanto responsável da política desportiva do país, para permitir
reorganizar a instituição federativa”, afirmou Embaló.
O antigo dirigente do organismo entregou hoje um memorando ao governo
que consiste em expor a situação em que se encontra a Federação de
Futebol, face a diversas irregularidades em atos e funcionamentos da
atual direção do órgão liderado por “Manelinho”, como é conhecido entre
amigos em Bissau.
Para Inum Embaló, o atual líder da “FFGB” deve assumir a
responsabilidade de enfrentar a justiça sobre a corrupção cometidas
dentro da instituição federativa há cinco anos.
“O homem (Manelinho), enquanto patriota, deve abandonar o órgão e deixar
de fazer manobras dilatórias de a responder as serias acusações a sua
volta. É isso que estou a defender há muito tempo”, referiu a imprensa
desportiva momento de entregar o memorando na secretaria do ministério.
O dirigente desportivo, aproveitou o encontro com a imprensa para
revelar que a denúncia feita contra a atual direção do órgão, deixou de
ser trabalhada pelo Ministério Público desde o mês de Fevereiro do ano
em curso, devido uma alegação do Procurador-Geral de República, segundo o
qual Inum Embaló é familiar da Magistrada que está a conduzir o
processo.
Perante este facto, Inum Embaló, argumenta que vai continuar a sua luta
com vista a repor a verdade desportiva contra a atual direção da
Federação de Futebol, liderado por “Manelinho”.
“Apesar do processo depara-se com muitos estrangulamentos, brevemente
vou fazer de tudo nos próximos dias para entregar mais um requerimento
no Ministério Público para reafirmar as minhas denúncias contra atual
direção da federação”, rematou o dirigente.
Para além do memorando entregue ao governo por Inum Embaló, um grupo de
clubes inscritos na Federação de Futebol “FFGB”, reuniram-se ainda com o
ministro dos Desportos, Tomas Barbosa para analisar a carta entregue ao
governo, pedindo a demissão do líder do órgão, que rege o futebol
guineense.
A saída do encontro que durou mais de duas horas, o porta-voz do
colectivo, afirma que a instituição federativa não pode continuar a ser
dirigido por membros que são alvos de investigações judiciais por
suspeitas de corrupção.
“Nós (os clubes) não estamos a fazer política ou lançar boas contra
qualquer pessoa, mas sim estamos exibir o nosso direito, enquanto
membros filiados na Federação de Futebol do nosso país. Portanto vamos
continuar a nossa luta para repor a verdade desportiva”, declarou o
porta-voz a saída do encontro com o governante.
Recorde-se que no mês de Julho, vinte e sete dos 38 clubes apresentaram
uma petição na qual invocaram alegados factos que sustentam suspeitas de
corrupção na federação e ainda anunciaram os motivos pelos quais
decidiram retirar confiança à atual direção da instituição.
Neste memorando entregue a imprensa desportiva, Inum Embaló, referiu
ainda que o montante de 180.000 mil euros que foi anunciado pelo líder
do organismo, como sendo o preço pelo qual adquiriu o autocarro da
Federação, não corresponde a verdade.
Segundo Embaló o autocarro foi adquirido por cerca de 20.000,00 mil
euros, tendo sido o remanescente aplicado na compra de alguns materiais
para o uso pessoal do presidente da federação.
O dirigente desportivo foi um dos cinco candidatos as últimas eleições
do órgão ocorridas em junho do ano passado. Inum Embaló diz-se agora
está disposto a levar a cabo um combate pela verdade e transparência na
“FFGB”.
De acordo com Inum Embaló, a falta de apresentação de contas por parte
do atual órgão em 2014, 2015 e 2016, está a prejudicar imensamente a
instituição perante a “FIFA”, e agora também perante a “CAF”, manchando
sobremaneira a imagem do país.
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