O jurista e analista político guineense Silvestre
Alves considerou hoje que o Presidente da Costa do Marfim foi induzido a
erro, por isso proferiu aquela declaração.
Numa
recente declaração em Lisboa, o presidente da Costa do marfim Alassane
Ouatara,disse que a solução para a crise guineense deve passar pela
revisão da Constituição, provavelmente, estaria a defender a mudança do regime político de semi-presidencialismo para presidencialismo, praticado nos países da sub-região.
Em entrevista exclusiva à ANG, Silvestre Alves disse que Alassane Ouatarra dispõe de informações irónias,
acrescentando que há gente interessada nessa opinião a circular dentro
da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e dos
outros organismos sub-regionais, que de uma maneira estão a influenciar o
processo político guineense.
“ O presidente Outarra precisa de saber o que é uma revisão constitucional, “disse.
O
jurista argumentou que uma revisão constitucional não se faz de um dia
para outro, explicando que tem que ser reflectida, estudada e debatida
para que haja partilha de convergências de opiniões que serão consubstanciadas na revisão.
Disse que num país onde não há situação de conflito latente, é impossível falar da revisão constitucional.
Por
outro lado, Silvestre Alves acusou o Chefe de Estado guineense de estar
a arrogar poderes que a Constituição não lhe dá, ainda que a nível da
sub-regional haja um sistema semi-presidencialismo com forte pendor
presidencialista, que não é a solução constitucional da Guiné-Bissau.
“Se
José Mário Vaz quer mudar a lei magna do país ou pretende chegar à este
resultado, tem que criar diálogo e convencer as pessoas da bondade da
solução. Por tudo quanto fez, desde a sua investidura até a data presente, está longe de chegar à esse ponto,” referiu.
O político disse que qualquer solução para a actual crise, tem que ser aferida pelos guineenses e que este povo está consciente de quem merece ou não a sua confiança.
Alves
disse que as declarações de José Mário Vaz ao dizer ” que ele não tem
competência para mudar a Constituição da República da Guiné-Bissau” é
para despistar as atenções,” porque na verdade é do seu interesse”.
Disse ser triste que a
Guiné-Bissau tenha governantes que não estão a altura das suas
responsabilidades, porque estão mais interessados em resolver problemas
dos seus bolsos.
“São uns autênticos salteadores e faltaram a verdade ao Presidente da Costa do Marfim”, disse.
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