lunes, 30 de octubre de 2017

Crise Política: COLETIVO DE PARTIDOS POLÍTICOS ANUNCIA MARCHA PARA ‘SALVAR’ A DEMOCRACIA GUINEENSE


Coletivo de Partidos Políticos Democráticos “Unidos contra a ditadura na Guiné-Bissau” (CPPD), manifestou no domingo, 29 de Outubro 2017, a intenção de realizar para breve uma marcha pacífica com o intuito de exigir o cumprimento do Acordo de Conakry e “salvar” a democracia guineense.

A intenção do Colectivo foi anunciada pelo líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU – PDGB), Nuno Gomes Nabiam durante o comício realizado ontem, no ‘Campo de Kacoma’, Bairro de Bandim, periferias da capital Bissau.

O Coletivo terminou assim a sua primeira fase de manifestações populares decorridas nos dias 27, 28 e 29 do mês em curso. Os comícios, segundo os organizadores, visam protestar contra o incumprimento do Acordo de Conakry e exigir o fim da crise que assola o país há mais de dois anos.


Durante os três dias de comícios nos diferentes círculos eleitorais do Setor Autónomo de Bissau, designadamente o circulo 24 – ao largo do Serviço de Meteorologia; círculo 25 – no campo de futebol de bairro de lala kema (Antula) e no círculo 26 – bairro de Bandim, campo de Kacoma. Os comícios decorreram sem incidente, nem confronto entre as forças de segurança e manifestantes. A Guarda Nacional e a Polícia de Intervenção Rápida estiveram presentes.

Dirigindo-se aos presentes, Nuno Gomes Nabiam, o presidente da APU – PDGB, explicou que a anunciada marcha pacífica será realizada pelos filhos desta terra, porque conforme disse “a Constituição da República da Guiné-Bissau lhes dá esse direito”.

“A marcha não é contra o Presidente José Mário Vaz, mas sim é para repor a lei e ordem no país bem como para exigir o funcionamento das escolas e evitar que as duas mulheres grávidas deitem numa cama no hospital. A marcha visa também advertir o Chefe de Estado José Mário Vaz, sobre a sua atuação. Nós vamos estar na linha de frente da marcha e veremos quem vai nos lançar gás lacrimogêneo e muito menos deter-nos porque estamos a lutar para a restauração da democracia”, assegurou o político, que entretanto, avançou que se houver a tentativa de deter um único elemento do colectivo no dia da marcha, seguirão várias detenções, durante dia e noite.

Nabiam acusou o Presidente José Mário Vaz de participação em muitas atrocidades que ocorreram no país. Acrescentou ainda que os assassinatos de algumas figuras públicas aconteceram no período em que o Presidente Vaz exercia as funções do ministro das Finanças.

“Para que aconteça um assassinato é preciso mobilizar fundos. Onde saía o dinheiro para as despesas de matar pessoas? O dinheiro saía das finanças, portanto o Presidente José Mário Vaz deve muitas explicações ao povo guineense, sobre muitas situações que ocorreram nesta terra”, afirmou Nuno Gomes Nabiam.

PAIGC MOSTRA-SE DISPONÍVEL A  CAMINHAR COM PARTIDOS MEMBROS  DO COLETIVO


Para o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, o resultado da luta em prol da restauração da democracia e consequentemente o cumprimento do Acordo de Conakry, dependerá do engajamento e da determinação do povo guineense.

“Desta vez o povo guineense tem a sua situação resolvida, porque se realmente quer que os recursos da Mesa Redonda resolvam os problemas da Guiné-Bissau, então é preciso escolher aqueles que conhecem o caminho, o procedimento e têm o compromisso com o povo”, notou o político.

Simões Pereira disse que os actuais governantes já provaram que não podem fazer nada e mesmo fazendo vários anos no poder não conseguirão resolver os problemas do povo.

Aproveitou a ocasião para pedir os guineenses desculpa pelo erro cometido pelo seu partido em escolher José Mário Vaz  como candidato presidencial em 2014, tendo assegurado que o partido jamais voltará a cometer esse tipo de erro.

Serifo Baldé, presidente do Partido Jovem, disse na sua intervenção que a Guiné-Bissau custou muito sacrifício aos combatentes da liberdade da pátria, por isso todos os guineenses devem levantar-se para resgatar e salvaguardar a democracia das mãos do Presidente da República, José Mário Vaz e Primeiro-ministro Umaro Sissoco Embaló.

O político disse ainda que o Presidente não pode pretender fazer escolha do Primeiro-ministro com base na estima ou negócio pessoais, mas sim obedecendo a Constituição da República que estipula que chefe do executivo é nomeado de acordo com os resultados eleitorais. 

Por: Assana Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche

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