martes, 31 de octubre de 2017

FRANÇA: FRANÇOIS COMPAORÉ EM LIBERDADE CONDICIONAL


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François Compaoré, irmão do antigo Presidente burkinabé Blaise Compaoré, detido ontem no aeroporto de Roissy, arredores de Paris onde reside com a sua família, está em liberdade condicional, aguardando um pedido de extradição.

François Compaoré, tem tal como o seu irmão a nacionalidade marfinense, dado que ambos se refugiaram na Costa do Marfim a  seguir à insurreição popular que resultou na queda de Blaise Compaoré em Outubro de 2014, após 27 anos de poder.

A justiça burkinabé que emitiu em Maio um mandado de captura internacional contra François Compaoré, acusa-o de incitação ao assassínio a 13 de Dezembro de 1998 do jornalista Norbert Zongo e de três companheiros seus.


Este jornalista, que tinha revelado vàrios escandalos de corrupção envolvendo o presidente Blaise Compaoré, estava na altura a inquirir sobre a morte do motorista de François Compaoré, que nessa altura era o conselheiro económico do Presidente, apelidado de "pequeno Presidente" e que chegou a ser acusado de assassínio e retenção de cadáver.
Esta morte provocou violentas manifestações contra o Presidente Compaoré e em Dezembro de 2015, três ex-soldados da sua antiga guarda pessoal foram detidos por envolvimento neste mesmo caso.

Resta acrescentar que a justiça marfinense, que recusa extraditar Blaise Compaoré, apesar do mandado de captura internacional, pelo seu papel no assassínio em 1987 do ex-Presidente burkinabé Thomas Sankara, durante o golpe de Estado que conduziu Campaoré ao poder, não deverá agir de maneira diferente em relação ao seu irmão mais novo François Compaoré.

Alguns membros da oposição burkinabé também duvidam que as autoridades desejem verdadeiramente elucidar os crimes do passado, dado que alguns próximos do antigo Presidente Blaise Compaoré continuam no poder, caso do actual Presidente Roch Marc Kaboré, que foi seu braço direito, antes de passar para a oposição.

O processo de vários aliados do antigo Presidente Compaoré acusados de envolvimento num golpe de Estado falhado em Setembro de 2015, entre os quais figura o seu antigo chefe dos serviços secretos, o general Gilbert Diendéré, começou esta semana em Ouagadougou. 

Fonte: RFI


Leia também: Movimento Balai Citoyen exorta França a extraditar François Compaoré para Burkina Faso

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - O movimento "Balai Citoyen" pediu segunda-feira a França a extradição para Burkina Faso de François Compaoré, irmão mais novo do antigo Presidente burkinabe, Blaise Compaoré, detido domingo em Paris, no quadro dum mandado de captura internacional lançado contra ele no caso do assassinato do jornalista Norbert Zongo, em 1998.

"O Balai Citoyen exige a sua extradição o mais rápido possível e o seu julgamento diante do juiz de instrução encarregado do dossiê. Saudando esta detenção, que constitui um grande passo na luta contra a impunidade, o Balai Citoyen exorta o povo a ficar vigilante para que nenhum presumível criminoso escape à justiça", lê-se numa declaração do movimento.

O Balai Citoyen exorta as autoridades francesas a cumprir os seus engajamentos, em conformidade com os acordos de entreajuda judicial que ligam os dois países porque o povo burkinabe espera neste sentido pelo levantamento do segredo defesa relativamente ao assassinato do Presidente Thomas Sankara e dos seus companheiros, a 15 de outubro de 1987.

François Compaoré, irmão cadete de Blaise Compaoré, foi detido domingo de manhã, em Roissy (por volta de 06 horas 45 hra de Paris), pela Polícia aeroportuária francesa, à chegada do voo Air France proveniente de Abidjan.

Desde maio passado, François Compaoré estava sob mandado de captura no quadro dos inquéritos sobre o assassinato do célebre jornalista de investigação Norbert Zongo, em dezembro de 1998.

Este jornalista que inquiria sobre o assassinato dum motorista de François Compaoré foi encontrado morto calcinado com três dos seus companheiros.

O dossiê do seu assassinato foi arquivado no regime Compaoré, destituído pela rua, em outubro de 2014.

Os irmãos Compaoré fugiram do Burkina Faso, depois dessa insurreição popular.

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