O
estado atual da crise política e institucional interpela a todos os
cidadãos, patriotas a fazer algo para que haja uma solução urgente a
esta devastadora e inútil crise política institucional. O reflexo deste
impasse, além de ter desgastado ainda mais as já debilitadas e
desmaiadas instituições de República, tornou-se um autêntico tiro contra
a dignidade deste povo. A sistemática incapacidade da classe política
em forjar consensos que conduzam a estabilização efetiva da
Guiné-Bissau, é a maior derrota de uma elite em deriva. O orgulho do
povo guineense nunca esteve tão atingido como agora. Os problemas da
Guiné-Bissau a serem discutidos trimestralmente dos fóruns estrangeiros e
os guineenses tornaram-se cidadãos da ‘segunda linha’ no concerto da
comunidade oeste africana , em detrimento de falsos confortos pessoais
temporários de atores políticos mal preparados para esse nobre serviço.
Olhando
para o extremar de posições e interesses de cada grupo em conflito, é o
dever como cidadão deste país, propor ao Senhor Presidente da
República, Dr. José Mário Vaz, que considere o recado que se segue:
Sua
Excelência, a história de conflitualidade neste país não deve ser uma
simples imagem fotográfica no presente, mas sim deve servir de
ensinamento para evitar erros de passado e desenhar nova perspetiva para
o país. O seu papel, enquanto garante da unidade nacional é crucial no
caminho do reencontro da família guineense e deve ser agora. Nunca é
tarde corrigir as falhas e encontrar soluções. Tenha a coragem de propor
um diálogo franco entre todos os atores nacionais com vista a encontrar
uma solução sustentável. Não fique refém de círculo de interesses que
sempre, em diferentes momentos da nossa história, conduziram os seus
predecessores ao abismo.
Sua
Excelência, para que o seu nome seja escrito na “agenda da posteridade” é
preciso ter uma visão magna que ultrapasse as cosméticas do dia a dia,
uma visão que transcende as clivagens. Até aqui, que a verdade seja
dita, a sua magistratura tem sido afetada pelos compromissos que lhe
liga fortemente a um grupo de dirigentes do PAIGC e por conseguinte
fragilizam a sua capacidade de atuação como árbitro e construtor de
consensos.
E
paralelamente, em resposta, o PAIGC cometeu erro monumental de tentar
subtrair os mandatos parlamentares dos seus militantes. Passando quase
três anos desta vergonhosa telenovela de puxa e puxa , o Chefe de Estado
não pode limitar-se ao mero papel de “Pôncio Pilatos”. Sua Excelência, a
nossa sugestão é motivada exclusivamente pelos superiores interesses do
povo da Guiné-Bissau que merece viver com tranquilidade e desenhar a
trajetória do seu destino.
Doravante,
ilustre Presidente tenha a coragem de distanciar-se de disputas
partidárias, de grupos e coloque a sua agenda em torno da estabilização
da Guiné-Bissau. Nunca é tarde resgatar o bem! É possível alcançar
consensos em torno de nomeação de um Primeiro Ministro e o reencontro da
família do PAIGC. A receita é uma: a imparcialidade do Presidente da
República em promover um diálogo franco.
Por: Redação
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