miércoles, 20 de diciembre de 2017

Editorial: RECADO AO PRESIDENTE JOMAV!

O estado atual da crise política e institucional interpela a todos os cidadãos, patriotas a fazer algo para que haja uma solução urgente a esta devastadora e inútil crise política institucional. O  reflexo deste impasse, além de ter desgastado ainda mais as já debilitadas e desmaiadas instituições de República, tornou-se um autêntico tiro contra a dignidade deste povo. A sistemática incapacidade da classe política em forjar consensos que conduzam a estabilização efetiva da Guiné-Bissau, é a maior derrota de uma elite em deriva. O orgulho do povo guineense nunca esteve tão atingido como agora. Os problemas da Guiné-Bissau a serem discutidos trimestralmente dos fóruns estrangeiros e os guineenses tornaram-se cidadãos da ‘segunda linha’ no concerto da comunidade oeste africana , em detrimento de falsos confortos pessoais temporários de atores políticos mal preparados para esse nobre serviço.
Olhando para o extremar de posições e interesses de cada grupo em conflito, é o dever como cidadão deste país, propor ao Senhor Presidente da República, Dr. José Mário Vaz, que considere o recado que se segue:
Sua Excelência, a história de conflitualidade neste país não deve ser uma simples imagem fotográfica no presente, mas sim deve servir de ensinamento para evitar erros de passado e desenhar nova perspetiva para o país. O seu papel, enquanto garante da unidade nacional é crucial no caminho do reencontro da família guineense e deve ser agora. Nunca é tarde corrigir as falhas e encontrar soluções. Tenha a coragem de propor um diálogo franco entre todos os atores nacionais com vista a encontrar uma solução sustentável. Não fique refém de círculo de interesses que sempre, em diferentes momentos da nossa história, conduziram os seus predecessores ao abismo.
Sua Excelência, para que o seu nome seja escrito na “agenda da posteridade” é preciso ter uma visão magna que ultrapasse as cosméticas do dia a dia, uma visão que transcende as clivagens. Até aqui, que a verdade seja dita, a sua magistratura tem sido afetada pelos compromissos que lhe liga fortemente a um grupo de dirigentes do PAIGC e por conseguinte fragilizam a sua capacidade de atuação como árbitro e construtor de consensos.
E paralelamente, em resposta, o PAIGC cometeu erro monumental de tentar subtrair os mandatos parlamentares dos seus militantes. Passando quase três anos desta vergonhosa telenovela de puxa e puxa , o Chefe de Estado não pode limitar-se ao mero papel de “Pôncio Pilatos”. Sua Excelência, a nossa sugestão é motivada exclusivamente pelos superiores interesses do povo da Guiné-Bissau que merece viver com tranquilidade e desenhar a trajetória do seu destino.
Doravante, ilustre Presidente tenha a coragem de distanciar-se de disputas partidárias, de grupos e coloque a sua agenda em torno da estabilização da Guiné-Bissau. Nunca é tarde resgatar o bem! É possível alcançar consensos em torno de nomeação de um Primeiro Ministro e o reencontro da família do PAIGC. A receita é uma: a imparcialidade do Presidente da República em promover um diálogo franco.



Por: Redação

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