O Presidente da República, José Mário Vaz, promoveu esta
quarta-feira, 20 de Dezembro 2017, um encontro de auscultação
com líderes dos partidos políticos sem assento parlamentar, sobre o
roteiro para a saída da crise político-institucional na Guiné-Bissau. As
opiniões dos líderes auscultados foram divergentes sobre as propostas
que constam desse documento que será apreciado e eventualmente aprovado
pelos signatários do ‘Acordo de Conakry’.
O documento apresentado pelo Chefe de Estado guineense aos seus
homólogos durante a Cimeira de Abuja, contém dez (10) pontos para a
resolução da crise que assola a Guiné-Bissau há mais de dois anos.
Nesse encontro realizado no palácio presidencial, estiveram presentes
28 partidos políticos sem assento parlamentar e à saída da reunião, o
líder de Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau
(APU-PDG), Nuno Gomes Nabiam, disse que mais uma vez a estratégia
desenhada por José Mário Vaz falhou.
Nabiam sublinhou que o roteiro apresentado pelo Chefe de Estado é um
“falso documento escrito pelos elementos do grupo dos 15 deputados e não
tem nenhum significado”, acusando José Mário Vaz de pretender com isso,
“continuar adiar a esperança do povo guineense”. Nesse sentido, Gomes
Nabiam, defende que o único caminho para a saída da crise política no
país é a implementação do Acordo de Conacri ou dissolução da Assembleia
Nacional Popular e organização eleições legislativas.
Para o presidente da União Patriótica Guineense, Fernando Vaz, a
solução da crise política vigente no país, deve ser encontrada com a
reabertura do Parlamento para que os representantes do povo possam
pronunciar-se a respeito. Acrescenta ainda que o roteiro apresentado por
José Mário Vaz, é resultante do Acordo de Conacri.
“Ouvi várias opiniões nessa reunião sobre o roteiro, mas a opinião da
UPG enquanto partido é que as coisas devem ser resolvidas na ANP para
que os deputados escolham maioritariamente quem deve ser Primeiro-
ministro da Guiné-Bissau”, nota Fernando Vaz.
O líder do Movimento Democrático Guineense (MDG), Silvestre Alves,
defende que a única forma de sair ‘nesse imbróglio’, passa, na sua
visão, pela formação de um governo de tecnocratas com pessoas isentas da
militância partidária.
“Sem isso, continuaremos sempre nos problemas”, afirma o presidente
do MDG, assegurando de seguida que, o documento apresentado pelo Chefe
de Estado não vai trazer nada para o país, tendo assinalado que o
Presidente enquanto garante da Constituição e da estabilidade nacional,
deve pensar numa solução isenta que não vai resolver problema dos 15
deputados e muito menos do PAIGC.
O presidente do Movimento Patriótico, José Paulo Semedo, disse que o
roteiro apresentado pelo Chefe de Estado guineense é contraditório,
porque fala da reintegração dos 15 deputados no PAIGC, mas ainda
continua mantê-los como uma organização autónoma e independente. Explica
ainda que o “roteiro está completamente contra o Acordo de Conacri.
Para Paulo Semedo, José Mário Vaz pretende passar este documento como
se fosse algo decidido em Abuja, que na verdade em nenhum momento este
roteiro foi discutido nessa Cimeira de Abuja”.
De recordar que no roteiro, o Chefe de Estado guineense propõe a
reabertura imediata da plenária da Assembleia Nacional Popular, a
reintegração dos 15 deputados explusos do PAIGC, a exoneração do atual
Primeiro-Ministro, Umaro Sissoco Embaló, e o início de consultas com os
partidos com assento parlamentar e o grupo dos “15” para a escolha
consensual do novo Primeiro-ministro, bem como a realização de eleições
gerais em 2019 depois de revista a Constituição da República.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
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