martes, 6 de diciembre de 2016

América Latina tem maior risco de violência


Bissau, 06  Dez 16 (ANG) - A América Latina é a região com maior risco de sofrer crimes violentos no mundo, devido à prevalência do tráfico de drogas, sequestros, extorsões e roubos, segundo um relatório da empresa de consultoria britânica Verisk Maplecroft.
Seis países latino-americanos estão na categoria de violência “extrema”, entre eles Guatemala e México, que ocupam a segunda e terceira posições, respectivamente, no "ranking" de países mais perigosos, apenas atrás do Afeganistão.
Após o Iraque (quarto) e a Síria (quinto), aparecem nessa lista as Honduras, na sexta posição, a Venezuela, na sétima e El Salvador, na oitava, enquanto a Colômbia ocupa a 12.ª posição.
Outros quatro países da região são descritos como de “alto risco”: Argentina, Brasil, Paraguai e Peru.
“Dado que conta com seis dos 13 países qualificados de 'extremos', a América Latina é a região do mundo com um maior risco”, afirma a empresa de consultoria no seu relatório.
No México e América Central, Verisk Maplecroft destaca a presença de organizações dedicadas ao tráfico de drogas como a principal causa dos altos níveis de criminalidade, que têm um custo económico para a região de 200 mil milhões de dólares.
“A presença generalizada de traficantes de narcóticos provocou um dos mais alto níveis de crimes violentos do mundo, dado que os grupos lutam pelo território e por controlar as rotas de transporte de droga rumo aos consumidores das economias desenvolvidas”, descreve o relatório britânico.
“Esses grupos  estão envolvidos em actos de sequestros, extorsões e roubos”, acrescenta a consultora britânica, que refere que esste cenário aumenta a despesa das empresas em segurança e as taxas que devem pagar às seguradoras.
O recente aumento na produção de metanfetaminas na América Central indica que os grupos estão a estender as suas redes de produção além das suas localizações tradicionais, como México e Estados Unidos, segundo o documento. O número de homicídios no México chegou, em 2015, a 17 por 100 mil habitantes, uma “proporção arrasadora”, segundo a empresa de consultoria, que calcula o custo económico da violência no país em cerca de 134 mil milhões de dólares por ano.
“As melhorias antecipadas alcançadas pelo Governo do Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, diluíram-se e as taxas de homicídios começam a subir de novo”, disse Grant Sunderland, analista da firma de riscos no México. 
Alguns países da América do Sul, como a Venezuela e, em menor medida, a Colômbia, enfrentam “muitos dos mesmos desafios” que a região da América Central.
O Brasil, a maior economia da região, “registou um progresso significativo na diminuição do crime em algumas das suas principais cidades na última década”, destaca o relatório da consultoria Verisk Maplecroft.
Mesmo assim, mantém-se como “o segundo maior consumidor de cocaína da América” e continua a ser uma importante rota de tráfico para os narcóticos produzidos no Peru, Bolívia e Paraguai.

ANG/JA

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