Sissoco negoceia a formação do
Governo
Bissau, 01 Dez 16 (ANG) - O novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Umaro
Sissoco Embaló, disse que vai fazer de tudo para convencer os partidos a
participarem no seu Governo, mas caso não seja possível vai avançar com a nova
equipa governamental nos próximos dias.
Três das cinco formações políticas que compõem o Parlamento da
Guiné-Bissau, Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC), Partido da Convergência Democrática (PCD) e União para Mudança (UM),
recusam-se a fazer parte do Governo, que pretende ser de inclusão para tirar o
país da crise política em que se encontra há 15 meses.
Os três partidos não concordaram com
o nome de Sissoco Embaló, um general na reserva de 44 anos, proposto pelo Chefe
de Estado guineense, José Mário Vaz, como primeiro-ministro.
De regresso de uma viagem de trabalho de algumas horas à Libéria na
terça-feira, o primeiro-ministro guineense disse ter sido aconselhado pela
líder liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, a convencer os demais partidos a
integrarem o seu Governo.
Johnson é a actual presidente em exercício da Conferência de Chefes de
Estado da Comunidade de Estados da África Ocidental (Cedeao), que tem tentado
levar os líderes políticos guineenses a um entendimento para acabar com a crise
no país.
O novo primeiro-ministro guineense afirmou ter tido uma conversa de mais de
duas horas com a Presidente da Libéria e, a partir de agora, vai pôr em prática
os conselhos que recebeu no sentido de tentar convencer sobretudo o PAIGC a
integrar o Governo.
O PAIGC é o vencedor das últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, mas
tem estado arredado do poder devido a uma crise interna e de desentendimento
com o Chefe de Estado.
Em declarações aos jornalistas que acompanharam o primeiro-ministro
guineense, Ellen Johnson, exortou Umaro Sissoco Embaló no sentido de envolver o
chamado P5, espaço de concertação entre os representantes da ONU, União
Europeia, União Africana, Comunidade de Países de Língua Portuguesa e Cedeao,
em Bissau, na busca de diálogo com o PAIGC.
Sissoco Embaló prometeu acatar o conselho, mas avisou que vai avançar com a
sua equipa governamental caso persista a recusa do PAIGC em integrar o novo
Executivo.
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