Os
régulos da Guiné-Bissau mantiveram encontro, esta sexta-feira, com o
presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) para saber da real razão
da instabilidade política no país e do funcionamento da casa do povo
O encontro sugerido pelos régulos de todas as regiões do país também juntou alguns conselheiros de Cipriano Cassama.
Durante
o encontro Cipriano Cassama ofereceu o regimento da ANP aos régulos
como forma de entenderem melhor o funcionamento da Assembleia Nacional
Popular.
Na mesma ocasião foi colocada a gravação da sessão de discussão e aprovação de o programa de o governo de Carlos Correia.
Em
nome do poder tradicional, o Juiz do povo, Augusto Fernandes, pede os
parlamentares para discutirem os documentos que impulsionam o
desenvolvimento do país.
Em
jeito da resposta, Cipriano Cassamá garante aos régulos que a casa do
povo funciona normalmente e critica a actuação dos régulos no inico da
crise.
“Estamos
disponíveis para ultrapassar a situação. Enquanto servidores do povo
não podemos aceitar a existência da guerra. Enquanto representantes do
povo onde estavam quando a crise estava prevalente e a quando do derrube
do governo de Domingos Simões Pereira?”, Interroga.
Visivelmente
emocionado, Cipriano Cassama critica ainda as acusações que dão conta
que o parlamento não quer discutir o programa de governação de Umaro
Sissoco Embaló. Entretanto, pede o presidente José Mário Vaz a tomar
mesmas decisões que tomadas quando o governo de Baciro Djá estava na
mesma situação.
“Baciro
Djá passou neste circuito, será que ele não foi primeiro-ministro e
além disso a nossa situação foi mais difícil. Depois de a comissão
permanente recusar o pedido fui ter com o presidente José Mário Vaz e
ele disse que Baciro não pode estar por acima da lei. Hoje pessoas devem
estar por cima da lei. Mas qual povo pode ser representado com esta
injustiça, dois pesos e duas medidas”, critica Cassama que adianta ainda
que já tentou marcar encontros com o presidente para falar sobre a
situação do país mas nunca chegou a ser recebido.
“Fui
ofendido e chamado de incompetente. Se eu não tinha o direito de
convocar a sessão para a discussão de o programa de Carlos Correia,
agora a lei dá-me o direito de convocar a sessão para o governo de
Sissoco? Não estou aqui para agradar ninguém e desafio qualquer
partido”, garante.
Cassama
acusa ainda José Mário Vaz de não querer a reconciliação nacional
porque anda com as suas cadeiras e microfones em todos os actos
públicos.
“A
última actuação foi durante a conferência para a reconciliação onde
acusa a assembleia de ser o guia do problema mas ele (o presidente) sabe
que é ele o número um (01) desta crise”.
As
acusações de Cipriano Cassama foram ouvidas numa altura em que o
governo entra em gestão depois de o parlamento recusar o pedido para o
agendamento da sessão para discussão e votação do programa de
governação.
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