A Aliança para a República (ApD), coligação liderada pelo partido presidencial, venceu as eleições legislativas de domingo, 30 de julho 2017, no Senegal e ganhou em 42 dos 45 distritos eleitorais do país, reivindicou ontem o primeiro-ministro cessante senegalês, Mohammed Dionne, citado pela agência noticiosa senegalesa APS.
Mohammed Dionne disse que quer avançar rápido para a execução dos programas que estavam em curso em prol do crescimento e do desenvolvimento do Estado em áreas como educação e saúde, que já tornou possível melhorar a vida das famílias.
Os resultados das legislativas senegalesas de domingo, votação que contou com uma taxa de participação de 54 por cento, devem ser conhecidos ao longo da semana em curso. Até agora, nem o Partido Democrático Senegalês (PDS), do antigo chefe de Estado Abdoulaye Wade (2000/12), nem a lista liderada pelo presidente da Câmara de Dacar, Khaliffa Sall, pronunciaram-se sobre os resultados da votação.
A votação ficou marcada por fortes chuvas no país, problemas na organização e acusações de fraude levantadas pela oposição. Os vários constrangimentos estão a atrasar a contagem dos votos, segundo a agência de notícias France Press.
Em muitos locais, faltaram boletins de voto e, durante a campanha eleitoral, houve confrontos violentos e protestos pelos atrasos na entrega dos cartões de identidade biométricos necessários para votar. Na véspera das eleições, muitos eleitores ainda não tinham recebido os documentos. Face aos problemas na organização do escrutínio, Abdoulaye Wade acusou Macky Sall de “criar o caos” nos “locais onde a oposição havia de vencer.”
Abdulaye Wade foi recebido com aplausos quando regressou ao Senegal, no mês passado, para a campanha eleitoral, após dois anos a residir fora do país. Foi Presidente do Senegal de 2000 a 2012 e é visto como um dos possíveis vencedores da votação, que o opõe ao candidato da Aliança pela República, do Chefe de Estado Macky Sall, que pretende manter Mohammed Dionne como primeiro-ministro.
Outra das listas é liderada pelo presidente da Câmara de Dacar, Khalifa Sall, detido preventivamente desde Março sob a acusação de “desvio presumível de fundos.” Khalifa Sall diz ser vítima de “intriga política” e os seus apoiantes acusam o Presidente Macky Sall de insistir nas acusações contra o autarca de Dacar para diminuir as suas hipóteses nas legislativas.
Entre trocas de acusações e problemas na votação, aguarda-se a divulgação dos 165 deputados do Parlamento senegalês, um órgão com pouca influência no país: nos últimos cinco anos, foram aprovadas 156 leis no Parlamento e apenas uma foi proposta pelos deputados. As restantes resultaram de projectos de lei do Governo.
Macky Sall, no poder desde 2012, quer reforçar a maioria parlamentar nestas legislativas. Se conseguir a vitória, tem boas hipóteses de obter um segundo mandato presidencial em 2019.
As legislativas de domingo no Senegal, que contaram com a apresentação de um número recorde de listas, 47, mais 23 do que as que concorreram às urnas na votação de 2012, são encaradas como uma antecâmara das presidenciais previstas para o início de 2019.
Segundo sondagens locais, o Presidente senegalês Macky Sall e Khaliffa Sall são os dois principais candidatos, apesar de o presidente da câmara de Dacar estar detido por alegadas fraudes financeiras na autarquia.
Mais de 6,5 milhões de eleitores foram chamados às urnas instaladas em mais de 14.000 assembleias de voto no país e mais oito no estrangeiro, uma delas em Portugal (até agora, os resultados obtidos nas quatro mesas de voto em Lisboa, Porto e Portimão não são conhecidos).
A Assembleia Nacional senegalesa conta com 165 deputados, mais 15 do que os eleitos em 2012, fruto de uma alteração constitucional que, em 2016, permitiu incluir dezena e meia de parlamentares em representação da diáspora.
Dos 165 deputados, 105 são eleitos por maioria, uma vez que o sistema favorece o partido vencedor em cada departamento, elegendo todos os parlamentares da respectiva lista. Os restantes 60 serão repartidos através do método de proporcionalidade. A oposição fala em resultados surpreendentes.
Fonte: jornaldeangola
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