A situação na
Guiné-Bissau é "complicada", pois "continuam a persistir o extremar de
posições entre as partes envolvidas", considerou hoje em São Tomé a
secretária executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), Maria do Carmo Silveira.
"A situação é complicada. Continuam e persistir um extremar de posições
entre as partes envolvidas, mesmo apesar de uma tentativa de mediação
que foi adotada bastante recente de um grupo de senhoras que pretende
dar um contributo para ver se consegue encontrar uma plataforma de
entendimento entre os diferentes atores", disse Maria do Carmo Silveira.
A secretária executiva da CPLP, que iniciou hoje uma visita de três dias
a São Tomé e Príncipe, lembrou a sua recente deslocação a Bissau onde
constatou que "as posições estão muito extremadas".
"Todos reconhecem que é necessário dialogar mas muito pouco é feito em
termos de iniciativas concretas no sentido de se encontrar uma
plataforma para esse diálogo", salientou.
Na sua primeira visita a São Tomé e Príncipe, depois de empossada no
cargo, Maria do Carmo Silveira teve hoje um encontro com o ministro dos
Negócios Estrangeiros e Comunidades, Urbino Botelho, e inaugurou no
Centro Cultural do Brasil uma exposição denominada "Futuro Aposta na
CPLP".
Maria do Carmo Silveira, que falava aos jornalistas no final do encontro
com o chefe da diplomacia são-tomense, sublinhou que "o Acordo de
Conacri tem sido bastante deficiente" e a sua implementação "continua a
suscitar problemas".
O Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados
da África Ocidental (CEDEAO), prevê a formação de um governo consensual
integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação
de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado,
entre outros pontos.
O atual Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, não tem o
apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e o impasse
político tem levado vários países e instituições internacionais a
apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.
A secretária executiva da CPLP referiu que a CPLP entende que o conflito
político em Bissau é "um problema político interno", reconhece que "em
democracia é normal que haja divergências politicas, porque unanimismo
não é bom", mas que o importante é que "as soluções para os conflitos,
para as divergências políticas sejam encontradas dentro do quadro
constitucionalmente constituído".
Maria do Carmo Silveira lamenta que as "tentativas no terreno" para
encontrar uma solução para o diferendo ainda não tenham "resultados
muito positivos, porque o impasse continua".
"Continuamos a apelar às partes no sentido de cumprir os acordos
estabelecidos e as recomendações das instituições internacionais como as
Nações Unidas e o grupo do P5 (constituído por União Africana, ONU,
CEDEAO, CPLP e UE).
Sobre Angola, disse que o desejo da sua organização "é que essas
eleições possam decorrer dentro da normalidade, tranquilidade, que seja
uma festa da democracia e que os angolanos possam eleger o seu
representante".
Acredita que o ainda Presidente da República, José Eduardo dos Santos "foi um bom contributo para a democracia em Angola".
"Os angolanos vão escolher os novos representantes, o voto é que os
próximos dirigentes de Angola deem sequência ao processo de
desenvolvimento", disse Maria do Carmo Silveira.
A responsável da CPLP encontrou-se também hoje com o ministro das
Finanças, Comércio e Economia Azul, Américo Ramos, com a ministra da
Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos, Ilza Amado Vaz e com o
ministro da Juventude e Desporto, Marcelino Sanches.
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