Cerca de 100 funcionários das empresas
estatais de telecomunicações, Guinétel e Guiné-Telecom realizaram hoje
uma marcha da sua sede ao Ministério dos Transportes e Comunicações e
que terminou no das Finanças exigindo que a empresa seja gestora do
futuro cabo submarino a instalar.
“As operadoras MTN e Orange irão em conjunto beneficiar de 51 por cento
das acções na gestão do referido cabo. Desconhecemos o destino das
restantes 49 por cento. O que ouvimos, embora não seja de forma oficial,
é que as mesmas pertencerão à uma empresa do governo chamada Bissau
Cabo”, disse o Presidente do Sindicato de Base dos trabalhadores das
duas empresas nacionais de telecomunicações, David Mingo.
Na opinião do sindicalista, não havia necessidade de criação da referida
empresa uma vez que o governo já possui a Guinetel e Guine-Telecom.
“deveria ser o executivo a criar melhores condições para que as
referidas empresas voltem a funcionar de forma normal”, sustenta
justificando que as propriedades do estado devem merecer sempre mais
atenção.
Os marchantes não foram recebidos pelos titulares dos dois ministérios,
por isso, David Mingo advertiu que vão continuar a luta em defesa do que
diz lhes pertencer, por direito.
Por outro lado, o presidente do sindicato disse que muitos funcionários
morreram sem se quer qualquer assistência por parte do governo e que
actualmente estão a viver numa situação de morte lenta.
“Já estamos no quarto ano sem receber o nosso salário, isso é bastante
grave porque somos pessoas com necessidades acima de tudo com família
para sustentar”, lastimou.
Sublinhou que nos outros países, como por exemplo, Angola, Senegal,
Cabo-verde, entre outras, as empresas nacionais de Telecomunicações são
sempre as mais privilegiadas.
O presidente do sindicato disse que a parceria pública/privada não
significa entregar gestão de cabo submarino às operadoras Orange e MTN.
O referido cabo submarino foi adquirida através da parceria com o Banco Mundial.
Estavam vestidas de camisolas com escritas “Finanças na mata
Guiné-Telecom ku contrato de consórcio” e repetiam em corro: “nó ca
misti murri bó danu nó diritu”, que quer dizer”não queremos morrer , dêm
nos o nosso direito”
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