miércoles, 6 de septiembre de 2017

GUINÉ-BISSAU - ASSASSINATO DE BACIRO Dabo


Por: Manuel Macedo via facebook

A Verdade sobre o assassinato de BACIRO DABÓ.
Durante a noite de quinta-feira para a sexta-feira, os militares passaram pela rua onde fica a casa de Baciro Dabó; Repararam logo de que haviam muitas pessoas sentadas na varanda do candidato presidencial. As operações de reconhecimento prosseguiram até às voltas das 3 da manhã quando toda a gente foi-se dormir.
03:30 da madrugada duas carinhas dupla-cabines chegaram à casa de Baciro. Alguém teve a ousadia de contar o número dos militares que invadiram e rodearam a casa de Baciro -- eram cerca de 30 pessoas armadas com todo o tipo de armamento. Cerca de 10 rapazes, entre eles guardas, segurança pessoal, e familiares do malogrado estavam a dormir. Nenhum deles estava armado, isto porque o Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr. tinha ordenado o desarmamento da segurança pessoal de Baciro depois de este ter posto a sua posição à disposição do governo para se candidatar às presidenciais.
Atormentaram-lhes, retiraram-lhes os telemóveis, e espancaram dois familiares directos de Baciro Dabó (Amadú, um dos sobrinhos de Baciro e Mancú, um dos irmãos mais novos de Baciro).
Na medida que iam espancando-lhes, tentavam força-los para que um deles fosse com eles para cima e pedir para que Baciro abrisse a sua porta. Mas isso não foi necessário porque Baciro ouviu o barulho e foi espreitar para ver o que se passava. Mal abriu a porta, reparou logo que havia um contingente armado à volta da sua casa. Ele voltou para dentro de um dos quartos e foi esconder-se no quarto de dormir da esposa Suncari Dabó. Os militares subiram para o primeiro andar e foram falar com a Senhora Suncari Dabó. Perguntaram-na sobre o marido ao qual ela respondeu de que o marido não estava.
Um Militar: Se não nos dizes onde ele está, vamos-te matar agora mesmo.
Face à intimidação, Baciro passou a temer pela vida da esposa. Ele estava escondido no quarto da esposa do qual saiu e dirigiu-se à sala principal e falou para eles:
Baciro: Mas o que é que querem de mim?
Um Militar: Queremos o dinheiro, queremos saber onde está o dinheiro. E quando nos deres o dinheiro, iremos-te matar na mesma.
Um outro militar: "Kuda abo ki homi di fama ... bu fama na caba ahos ... porque no na matau" (Como você é o homem da fama, a tua fama vai acabar hoje, porque vamos-te matar).
Baciro: Matar-me? Querem o meu dinheiro e querem-me matar ao mesmo tempo? Se for isso, então matam-me.
Baciro Dabó virou-lhes as costas e levantou as mãos para o ar e disse-lhes:
Baciro: "Matem-me!"
Sem hesitação nenhuma, um militar disparou quatro tiros, assassinando o Major Baciro Dabó. Eram 3:42 da manhã da sexta-feira.
Os três filhos de Baciro testemunharam este episódio -- Sãozinha, Braima e David.
Na medida que o corpo dele se ia arrefecendo, retiram um anel do dedo do malogrado, revistaram as malas, retiraram tudo de valor da casa: jóias, anéis da esposa incluindo uma que Suncari Dabó tinha no dedo (o dedo de Suncari está inchado neste momento), sapatos, calçados das crianças, telefones móveis, relógios, e muito dinheiro. Baciro Dabó tinha levantado na quinta-feira uma soma avultada de dinheiro que iria servir de lançamento da sua campanha eleitoral em Bafatá. Roubaram tudo!
Ouvindo os tiros, os vizinhos foram-se juntando na casa de Baciro Dabó ... O primeiro a chegar ai foi um homem grande que é o pai do condutor de Baciro que se chama Braima "Doutor" em companhia da filha Aminta. Viram o último carro abandonar o sítio.
Todo esse contingente militar estava fardado e mascarado. Todas as caras estavam cobertas.
Pouco depois dirigiram-se à casa do antigo Primeiro-ministro Faustino Imbali e que se encontra num lugar incerto.
Voltando ao caso de Baciro, duas semanas antes tentaram assaltar a casa dele, mas ele escapou-se através de uma das janelas da casa dele que dá acesso à casa de um vizinho;
Na manhã do dia do assassinato de Nino Vieira foram à casa de Baciro, mas o Baciro, temendo pela sua vida, estava refugiado junto aos familiares. Nesse mesmo dia prenderam o guarda da casa de Baciro de nome Bacar. Dizem que Bacar tinha ido à casa de Nino Vieira um dia antes do seu assassinato e portanto deve ter sabido de alguma coisa. Até hoje ninguém sabe falar desse tal Bacar. Ninguém sabe se está vivo ou morto.
Neste momento que estou escrevendo este relato, estão à procuram desses rapazes que dormiam na casa de Baciro. Face às condenações nacionais e internacionais, os militares querem "arrancar" confissões que incriminassem Baciro Dabó. Peço às organizações internacionais e particularmente as Nações Unidas para irem ao socorro desses rapazes!
Ontem, houve um incidente vergonhoso -- o candidato de PAIGC, Malam Bacai Sanha foi à casa de Baciro para apresentar as suas condolências às famílias. Quando chegou lá foi expulso pelo irmão de Baciro, Mancú... foi necessário um grupo de homens grandes muçulmanos para acalmar os ânimos. E adivinha-se o porquê desse incidente!
Um dia mais tarde, enganaram o irmão mais velho de Baciro, Iaia Dabó. Pediram-no para ir receber o seu salário no QG e quando lá chegou, prenderam-no. Alegam que ele fez ameaças de morte contra elementos das FARP.
Amigos e compatriotas é esta a realidade que se vive na Guiné-Bissau. E não imaginam quanto custou fazer sair este correio electrónico.
Não deixem que os donos de poder e assasinos, escravizem e assassinem cada um de nós. Façam circular este e-mail junto de amigos, familiares, governantes e todos aqueles que se possam interessar pela causa da Guiné-Bissau. Isto seria o mínimo que se pode pedir de um compatriota

No hay comentarios:

Publicar un comentario

Os comentarios sao da inteira responsabilidade dos seus autores