O sucesso do apoio internacional à economia em
África depende sobretudo da atitude dos políticos locais, defendeu segunda-feira
o secretário de Estado para o Desenvolvimento Internacional britânico, Rory
Stewart.
Primeira Ministra británica |
Para criar uma economia dinâmica são necessárias
infraestruturas, produção de energia, propriedade de terras, legislação
laboral, transparência e justiça, reforma judiciária, enumerou, referindo que
os parceiros internacionais dos países africanos têm repetidamente cometido o
mesmo erro.
"Imaginámos que o problema era uma questão de
boas práticas, de vontade política e de capacidade para concretizar estes
planos. Mas inúmeros projetos falharam porque não compreendemos que o problema
é a política e o poder. Fundamentalmente, as estruturas de poder dos países não
estão a facilitar estas questões", afirmou.
O secretário de Estado britânico falava num debate
realizado pelo Instituto Real de Relações Internacionais (Chatham House) sobre
a criação de negócios de escala na África subsaariana, na sequência de um
relatório produzido sobre o tema e focado na Nigéria, Tanzânia, Uganda e
Zâmbia.
O estudo foi produzido na sequência de entrevistas
com diretores e proprietários de mais de 60 empresas, identificando
preocupações e realçando tendências positivas em termos de políticas
económicas.
Prevê-se que a população da África subsaariana mais
do que duplique até 2050, tornando ainda mais necessárias empresas privadas de
maior dimensão, com maior capacidade de produção, mais competitivas e,
consequentemente, que possam criar maior número de postos de trabalho.
O relatório revela um grande dinamismo empreendedor
naqueles países, mas também refere que empresas de pequena e média dimensão
precisam de maior acesso a crédito, de gestores experientes, de mão de obra
qualificada, de infraestruturas como eletricidade e estradas, de acesso aos
mercados regionais e internacionais e de regimes regulatórios e fiscais claros e
consistentes.
"A correlação entre a criação de emprego, o
desenvolvimento socioeconómico e a redução da pobreza significa que os
políticos precisarão de perceber melhor os empreendedores e os obstáculos para
o crescimento das empresas africanas se quiserem atingir os objetivos nacionais
de desenvolvimento", refere a Chatham House.
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