Nove meses
depois do CAN Gabão-2017, o ex-capitão da Seleção nacional, Bocundji Cá,
revelou, esta quarta feira, 25 de Outubro 2017, que foi “retalhado”
pelo Comité executivo da Federação de Futebol da Guiné-Bissau e pela
equipa técnica por ter reivindicado as dívidas dos jogadores que
participaram na fase de apuramento ao CAN 2017.
Bocundji Cá que
não teve nenhum minuto na maior prova africana em futebol que decorreu
no princípio deste ano no Gabão, disse ser vítima de uma conspiração dos
membros do Comité Executivo, por ter revelado ao Presidente da
República, José Mário Vaz o montante das dívidas contraídas com
jogadores durante a fase do apuramento.
Falando a Rádio
Jovem, Bocundji Cá refutou as declarações do Diretor Executivo da
Seleção Nacional, Catio Baldé, durante uma entrevista à Rádio Capital,
na qual este ter-lhe-á acusado de ter solicitado ao Presidente da
República a sua substituição no cargo do Secretário executivo da
seleção, devido à proximidade com o líder do PAIGC, Domingos Simões
Pereira. Bocundji Cá nega as declarações de Catio e considera que este
não tem moral de o criticar.
“Eu
reivindiquei apenas as dívidas contraídas com os jogadores durante a
fase de apuramento. Catio não tem moral de falar da minha pessoa nos
órgãos de comunicação social”, defendo o atleta.
Cá disse ser
defensor do país até última hora e considerou de injusto o facto de um
jogador que não tenha participado na fase de apuramento receber mesmo
montante que os que participaram em todos os jogos. O atleta que assinou
contrato recentemente com Sporting de Bastiã de França disse ser uma
das primeiras personalidades do país a acreditar no projeto da seleção
nacional, quando ninguém ousou o fazer, abdicando das “ofertas
atentatórias” das poderosas seleções de Senegal e Guiné-Conakry.
O ex-médio dos
Djurtus teceu ainda duras críticas ao Diretor Executivo da Seleção
nacional e dos membros da Federação de Futebol que, na sua opinião, não
sabem nada do futebol. Cá disse ser incompatível, Catio Baldé enquanto
empresário de futebol desempenhar as funções de diretor executivo da
seleção nacional. O ex-capitão disse que não queria abordar esse assunto
há muito tempo, porque tinha consciência de que não era eticamente
correto revelar ao público os assuntos do balneário.
“Sei que o que
passa no balneário é barraca de fanado, não se revela ao público, mas
como Catió decidiu levá-lo ao público, então vamos revelar tudo”.
Acusou Catió
Baldé de estar na seleção nacional de futebol para tirar proveito para
os seus interesses económicos.“Catió não pode estar a bater portas dos
jogadores a pedir que assinem contrato com ele, porque lhes fará jogar
no CAN”, revelou.
Bocundji
adiantou ainda que depois de terem recebido mais de 300 milhões de
Francos CFA da Presidência da República, houve alguns dirigentes
federativos que queriam apoderar do dinheiro para seu uso pessoal, uma
situação que disse ter recusado. Segundo Cá, muitos jogadores que
participaram na campanha de apuramento para CAN Gabão 2017 ainda não
receberam os seus subsídios.
Recorda-se que
dias depois do regresso da caravana nacional ao país, o médio guineense
teve um encontro com imprensa com propósito de divulgar as razões da sua
não utilização no campeonato africano das nações, mas acabou por não
abordar o assunto, devido conselhos que terá recebido em não provocar um
mal-estar no balneário.
Por: Alcene Sidibé
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